17 de ago. de 2015

Itália é Arte


Como não amar a Itália! Aqui respira-se arte e cultura todos os dias. Tirando dúvidas…  a obra Cabeça de Medusa ou simplesmente Medusa é uma das obras-primas do pintor Caravaggio e está em Firenze -  Na Galleria degli Uffizi   
Dica: comprem o ingresso pela internet e dê preferência para a tarde quando é mais vazio

Para quem ama essa obra, como eu, tireo o texto daqui:
http://virusdaarte.net/caravaggio-cabeca-de-medusa/

Conta a lenda que Medusa, uma das três irmãs Górgonas (as outras duas eram: Esteno e Euríale), petrificava com o olhar todo aquele que olhasse para ela, mas o herói Perseu usou um artifício para enganá-la. Assim que se aproximou do monstro, usou o seu escudo como espelho. Medusa, ao ver seu rosto refletido no escudo, ficou transtornada diante de tamanha aberração, lançando um grito dilacerante. Uma vez hipnotizada, Perseu cortou-lhe a cabeça com a espada de um só golpe, mas ela ainda continuou consciente. A seguir, tomou a cabeça da besta mitológica e a colou num escudo, como arma, pois seu olhar serviria para transformar os inimigos em pedra.
 Cabeça de Medusa ou simplesmente Medusa é uma das obras-primas do pintor Caravaggio, que tomou como modelo o amigo Mario Minniti (embora digam alguns que se trata do próprio rosto do pintor) para pintar a Górgona vertendo sangue abundantemente, logo após ter a cabeça decepada por Perseu, segundo reza o mito grego.
O retrato de Medusa era muito usado nas armaduras e nos escudos dos guerreiros dos séculos 16 e 17, pois na mitologia grega é tida como a deusa da estratégia e da guerra justa e, também, da sabedoria, de modo que esta obra nasceu como um escudo de desfile. O cardeal Francesco Maria del Monte, protetor de Caravaggio, presenteou Fernando I de Medici com a obra, provavelmente para a sua coleção de armas, que foi mostrada pela primeira vez em 1598, causando grande impacto nos que a viram, sendo, inclusive, comentada em versos (ver acima).
 Caravaggio, inteligentemente,  repassa ao observador a ilusão de que a cabeça de Medusa deixa a tela para se projetar no espaço real em que ele, o obsrvador, encontra-se, de modo que o escudo convexo ilusoriamente transforma-se em côncavo. Tem-se a impressão de que a tela é feita em 3D.
 Embora o retrato da Górgona seja de origem clássica, Caravaggio recria uma nova Medusa, extremamente realista, cuja força de expressão continua impressionando quem a observa, pois sua cabeça decepada parece ganhar vida própria, com suas serpentes contorcionistas.
 É provável que, para pintar Medusa com sua expressão aterradora, o pintor lombardo tenha se inspirado na expressão agonizante e aterrorizada daqueles que eram executados: olhos esbugalhados, que parecem saltar das órbitas; boca ovalada, aberta e paralisada, como se soltasse um longo grito de terror; língua e dentes aparentes; testa franzida; maçãs do rosto recuadas e o sangue vivo sendo vertido abundantemente.
 O que mais chama a atenção na obra Cabeça da Medusa é seu realismo: os olhos saltando da órbita, os dentes cortantes à mostra, a boca aberta e imóvel, soltando um grito silencioso e o sangue vivo jorrando de sua cabeça, não deixando qualquer dúvida sobre o mito da mulher de cabeleira de serpentes, que transformava homens em pedra, só pelo olhar, mas que foi derrotada por Perseu, ao mirar o escudo espelhado e ser vítima de sua própria arma letal.  A dramaticidade encontrada nas obras de Caravaggio dá-se pelo uso da técnica do chiaroscuro, em que o pintor trabalha com os contrastes de luzes e sombras, gerando um resultado bastante peculiar.

Michelangelo Merisi da Caravaggio (1571–1610)

Quer saber mais? Clica aqui:

aravaggio, que tinha grande talento e conhecia pessoas importantes dentro da Igreja  conseguiu a oportunidade de pintar alguns quadros sob encomenda. Em contrapartida, ele tinha o gosto por temas populares e usa pessoas da rua como modelos para criar seus quadros. Sabe-se que ele tinha uma personalidade rebelde e muitas vezes se envolvia em brigas, e dizem que ele trazia muitas experiências da sua vida boemia para criar as expressões das personagens dos seus quadros.
O grande artista, com seu imenso talento,  começou a usar uma técnica de “claro/escuro” (chiaroscuro,  em italiano) de maneira particular, para dar efeitos visuais de profundidade em seus quadros, o jogo de luzes presente na obra conta uma narrativa que direciona o olhar do expectador. Essa técnica é a utilização de fundos escuros em que a figura da personagem ali aplicada parece saltar sobre um feixe de luz que incide sobre ela. Para crescer profissionalmente e ganhar visibilidade, ele começa a pintar temas religiosos e tem como clientes a Igreja e famílias ricas da época.


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